Ultrassonografia transvaginal para contagem de folículos antrais (CFA)

A ultrassonografia para a contagem de folículos antrais é utilizada para avaliar o número de folículos (cada folículo abriga um óvulo) presente nos ovários. Consiste em um exame de ultrassonografia transvaginal realizado entre o segundo e o quinto dia do ciclo menstrual, preferencialmente. Porém, pode ser realizado em qualquer dia do ciclo, com algumas observações, por exemplo, eliminando da contagem folículos maiores que 10 mm, cistos ou corpos lúteos.

Quando utilizado um equipamento de tecnologia 3D, possibilita-se a aquisição de blocos de imagens dos ovários, onde cada folículo é demarcado com uma cor diferente. Esta ferramenta facilita a contagem e a identificação dos pequenos folículos, bem como sua mensuração.

A mulher nasce com aproximadamente 1-2 milhões de óvulos e chega à puberdade com cerca de 300-500 mil. A cada ciclo menstrual, são perdidos cerca de 1000 óvulos, independente do uso da pílula anticoncepcional. O processo de perda e consumo de óvulos acontece por atresia (morte celular), e isso não pode ser evitado com medicamentos.

A idade da mulher é um fator muito importante, que deve ser levado em consideração para uma gravidez planejada, principalmente, quando a partir dos 30 anos de idade. Os óvulos, além de perderem qualidade com o avanço da idade, são também finitos e podem se esgotar.

A mulher que deseja postergar a maternidade pode fazer a contagem de folículos antrais, de preferência após os 30 anos — ou quando possui antecedentes de menopausa precoce na família, passado de endometriose (endometriomas) ou infecções pélvicas —, para realizar um melhor planejamento.

As vantagens do uso da contagem de folículos antrais são: resultado imediato, confiabilidade entre ciclos e entre observadores. A CFA menor ou igual a 4 parece predizer má resposta (baixa reserva), enquanto que CFA maior ou igual a 16, está relacionada a risco de síndrome de hiperestimulação ovariana (Broer et al, 2011).

Em suma, em estudo comparativo dos testes de avaliação da reserva ovariana, Hormônio Antimulleriano (AMH) e contagem de folículos antrais foram os únicos testes com poder preditivo significativo para má resposta na estimulação ovariana (Jayaprakasan et al, 2010).