Fertilização in vitro

A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida que promove o encontro entre óvulos e espermatozoides em ambiente de laboratório. Na FIV convencional, cada óvulo é exposto a uma amostra de milhares de espermatozoides, de modo que um deles penetra o óvulo, assim como acontece na natureza. No modo de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), um espermatozoide morfologicamente normal é selecionado e introduzido diretamente no óvulo para fertilização.

O sucesso da FIV independe da permeabilidade das trompas de Falópio; pela seleção de gametas no laboratório, pode ser obtida mesmo quando os espermatozoides são escassos. Assim, a técnica é bem indicada para casos de infertilidade por fator masculino grave, obstrução das trompas de Falópio e endometriose, ou quando tratamentos mais simples não resultaram em gravidez.

De acordo com as normas éticas brasileiras vigentes, a FIV também se aplica a outras situações, com ênfase na maternidade independente, uniões homoafetivas femininas – quando se usa espermatozoides de um doador anônimo –, uniões homoafetivas masculinas – com útero de substituição (cessão temporária do útero) e óvulos de uma doadora anônima –, e procriação póstuma.

Finalmente, a FIV também pode ser usada por mulheres que preservaram seus óvulos em uma idade mais jovem e pretendem utilizá-los para procriação em um momento futuro da vida.

Resumidamente, podemos dizer que a FIV consiste nas seguintes etapas: 

  • Indução da ovulação (com hormônios específicos);
  • Coleta de óvulos (por aspiração transvaginal) e espermatozoides (por masturbação);
  • FIV propriamente dita;
  • Transferência de embriões para a cavidade uterina;
  • Suporte da fase lútea.

Segundo o último Registro Latino-Americano (2014), a taxa de nascimentos por ciclos com captação de óvulos (excluindo casos com congelamento total de embriões), após a FIV, varia de 25% a 27%, comparável às taxas nos EUA e Europa. Maiores taxas de “bebê em casa” são obtidas para mulheres com menos de 35 anos de idade ou em tratamentos realizados com óvulos de doadoras.

Na BONVENA, contudo, preferimos avaliar as chances de nascimento após FIV a partir do conceito de ciclo completo por pessoa, que oferece taxas após a transferência de todos os embriões gerados a partir de um mesmo ciclo de estimulação ovariana. Não há dados para a América Latina ou o Brasil, mas um estudo inglês apontou taxas cumulativas de nascidos vivos de, no mínimo: 28,5% para um ciclo completo; 38,3% para dois ciclos completos; e 42,3% para três ciclos completos.